Um Guia Prático Para Saber se o seu País Está Virando Comunista
Para saber se o seu país está adoecendo, ignore os discursos oficiais e preste atenção aos sinais que seu corpo e seu instinto já percebem.
8/5/20254 min ler
O Sussurro e a Febre
O comunismo não chega com tanques na rua e um anúncio na televisão. Isso é o ato final. O início é mais sutil. É uma febre lenta, um sussurro no ouvido da nação, uma promessa doce que esconde o veneno. Começa não com a tomada do poder, mas com a tomada da realidade.
1. A Doença da Língua: Quando as Palavras Perdem o Sentido
O primeiro sintoma é a corrupção da linguagem. Preste atenção a como as palavras começam a significar o seu oposto.
"Justiça" passa a significar vingança contra os opositores.
"O Povo" deixa de ser toda a gente e passa a ser apenas "aqueles que concordam conosco".
"Soberania" torna-se o pretexto para o isolamento e a hostilidade ao mundo.
"Igualdade" passa a ser o objetivo de nivelar todos por baixo, na miséria partilhada, exceto a elite governante.
A linguagem torna-se uma arma de divisão. Ouve-se cada vez mais a retórica do "Nós contra Eles". "Eles" são os empresários, os que pensam diferente, a imprensa, os "interesses estrangeiros". O vizinho que antes era apenas o seu vizinho, agora é rotulado de "elite" ou "traidor". Sente-se o abismo a ser cavado na mesa de jantar da família. Este é o som do tecido social a ser rasgado.
2. O Fantasma no Supermercado: A Economia como Arma de Controlo
Não precisa de um doutoramento em economia. Precisa apenas de ir às compras. A segunda fase da febre é o ataque à sua independência material.
Começa com a culpa. O governo diz que a culpa da inflação é do "empresário ganancioso" que gere o supermercado do seu bairro, não da impressora de dinheiro descontrolada do banco central. O lucro torna-se uma palavra suja.
Depois vem a inacessibilidade. No supermercado, o fantasma assume outra forma. Os produtos talvez ainda estejam lá, mas seus preços se tornaram um insulto ao seu trabalho. O espaço vazio não está na prateleira; está no seu carrinho de compras. Você para em frente à gôndola e faz uma conta que antes não precisava: a carne para o almoço de domingo ou o botijão de gás? O iogurte das crianças ou a conta de luz que dobrou de preço?
Finalmente, o seu dinheiro vira pó. O dinheiro que você guardou com tanto esforço perde valor a cada hora. Você corre para gastá-lo assim que o recebe, porque amanhã ele valerá menos. O Estado não roubou apenas o seu poder de compra; ele roubou o seu passado (as suas poupanças) e o seu futuro (a sua capacidade de planejar).
3. A Lei Invertida: Quando a Justiça se Torna uma Arma
O terceiro sintoma, o delírio da febre, é a inversão da lei.
O absurdo torna-se normal. Você vê manifestantes pacíficos a serem presos como "terroristas", enquanto criminosos comuns são libertados em nome de uma ideologia.
A Constituição torna-se uma folha de papel. O Supremo Tribunal, que deveria ser o guardião da lei, torna-se o seu carrasco, torcendo as suas palavras para validar os caprichos do poder.
A propriedade deixa de ser sua. A sua casa, a sua empresa, a sua terra podem ser "nacionalizadas" a qualquer momento em nome do "bem comum". Não existe mais um juiz independente a quem recorrer. A lei já não é o seu escudo; é o cassetete do Estado.
4. As Paredes Têm Ouvidos: A Evaporação da Confiança
O sintoma final é social. É a mudança na forma como as pessoas se olham.
A autocensura. Você pensa duas vezes antes de contar uma crítica sobre o presidente no café. Você hesita antes de escrever um comentário nas redes sociais. Você sente um nó na garganta. O ar fica pesado, denso com palavras não ditas.
A desconfiança. O amigo que antes partilhava as suas frustrações agora fica em silêncio ou muda de assunto. O colega de trabalho pode ser um informador. O "Comité de Defesa do Bairro", criado para "ajudar a comunidade", torna-se uma rede de vigilância. A conversa honesta refugia-se na clandestinidade da sua própria cozinha.
O monopólio da verdade. A imprensa independente é asfixiada. Jornais são fechados, rádios perdem a licença, jornalistas são presos ou exilados. Resta apenas uma única e ensurdecedora batida de tambor: a propaganda estatal, que lhe diz para não acreditar nos seus próprios olhos, mas sim na "verdade oficial".
Quando você se apercebe de que está a gerir a sua vida com base no medo – medo de falar, medo de empreender, medo de que o seu dinheiro não valha nada amanhã, medo do seu vizinho – a febre já está alta.
O comunismo não é uma teoria económica; é uma doença da alma humana que se alimenta de ressentimento, inveja e poder. Este guia não serve para lhe dar uma cura. Serve para que você reconheça o tremor inicial, o primeiro sussurro, antes que a febre o consuma por completo e você se esqueça de como era respirar num país livre. Agora, o exercício é seu. A análise está feita; a realidade precisa ser confrontada. Com base nos sintomas descritos, faça um balanço honesto e objetivo. Quais destes pontos você já identifica em ações concretas do governo atual?
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